sábado, 20 de agosto de 2011

Pseudolalia - Doença da mentira

A Pseudolalia é uma mentira compulsiva resultante dum longo vício de mentir. A pessoa mente por mentir, perde a noção do que é verdade ou não, convence-se das mentiras como puras verdades.

A pseudolalia pode conduzir a graves distúrbios de personalidade, podendo o pseudolálico acabar por perder a sua individualização e viver num real criado imaginariamente, comportando-se duma forma difícil de contacto humano e só com tratamentos profundos poderá melhorar.


As pessoas perdem lenta e gradualmente a consciência da gravidade da doença que vão adquirindo, porque a sua realidade vai perdendo cada vez mais sintonia com o verdadeiro real. Por fim o vício de mentir é um acto inconsciente e perante a mais simples situação a fuga à verdade brota espontânea e como uma repetição compulsiva e criação de verdades inexistentes.

Mentirosos compulsivos


Há quem diga mentiras caridosas.
Há quem minta por vício.
Há quem diga meias verdades.
E também há quem diga sempre a verdade.


Existem, além destas, um outro tipo de mentiras: as provenientes do chamado mentiroso compulsivo, que mente sistematicamente e aparentemente sem razão.

Aqui estamos já a lidar com alguém para quem a mentira assume contornos de dependência, tal como o álcool ou a droga.
A mentira torna-se um vício, já que é dita de forma compulsiva, ou seja, o mentiroso tem consciência que está a mentir mas não consegue controlar esse impulso.


O vício compulsivo de mentir é a fuga da realidade

Segundo psiquiatras e psicólogos, a prática freqüente de viver uma situação imaginária pode ser o resultado de uma profunda insegurança emocional, além de traumas de infância. A atitude funciona como um mecanismo de autodefesa para pessoas que apresentam um quadro de carência acentuada.

Estudos comprovam que crianças vítimas de uma educação julgadora, imposições, disciplinas rígidas, e que por vezes vivem dominadas com autoritarismo, são fortes candidatas à doença.

"Existem pessoas que chegam ao ponto de não saber mais o que é verdade. Embora o assunto seja mais voltado para a criança, há muitos adultos vivendo o problema, o que torna a situação ainda mais grave", dizem os psicólogos.

Segundo eles também, é muito mais fácil trabalhar o problema na infância do que na fase adulta.


O psicanalista Alberto Goldin vê a mentira do adulto como necessidade, às vezes compulsiva, de obter lucro ou prazer. "Há duas espécies de mentira: a que prejudica alguém é diferente da mentira social. A mentira compulsiva é uma doença, mas a verdade compulsiva também é. Não se pode falar a verdade o tempo todo. Por isto, é difícil julgar mentirosos quando se trata da relação amorosa. Mentir, evidentemente, não é o melhor modo de se relacionar. Mas, às vezes, é a única opção. Os contratos humanos expressam a força e também a fragilidade da condição humana".

O mentiroso compulsivo, só deixa de mentir quando aceita sua própria precariedade. "O problema mais grave na mentira é social. A sociedade mantém convenções que são incompatíveis com a condição humana. O sujeito mente porque não suporta o conflito penoso e irremediável entre seus desejos e a frustração imposta pela realidade. Numa sociedade menos hipócrita, este conflito entre o desejo e a realidade permaneceria, mas seria melhor administrado".


Já se estuda a influência genética sobre os mitômanos e outros distúrbios de personalidade. O que se sabe, seguramente, é que há fatores do ambiente familiar responsáveis por este tipo de conduta. Alguns psicanalistas acreditam que a resposta para o que leva pessoas a mentirem de maneira patológica pode estar em traumas da infância. É o caso de Mário Quilici, pesquisador do desenvolvimento infantil e de como os distúrbios do vínculo entre a criança e seus pais podem levar ao surgimento de patologias na medida que impedem o adequado desenvolvimento emocional. Outros falam em simples desvio de caráter.

Tratar o mentiroso é uma coisa difícil por diversas razões. A primeira delas é que raramente eles procuram ajuda, a não ser quando vão perder o cônjuge, o emprego ou algo importante. A segunda é que mentem justamente porque não querem se deparar com a própria insuficiência. Optam pela comodidade de viver sonhos, ainda que isso signifique a própria destruição ou a daqueles que estão em sua volta.


Reflexão:
"As mentiras acabam com os relacionamentos"